quarta-feira, 28 de março de 2007

Metereologia fragmentada



Era uma noite chuvosa de inverno, humm não, é muito batido...
A chuva batia no vidro da janela insistentemente -parece melhor- e a melancolia imperava na sala
de jantar, até o cão da família parecia estar tomado pelo torpor.

A maioria das pessoas pensa que nós somos influenciados pela natureza, pelas condições atmosféricas,
mas na realidade o que se passa é precisamente o oposto. A natureza que nos rodeia é extremamente
maleável e moldável ao nosso estado de espirito. Eu compreendo a estupefação, mas eu posso provar
o que digo...
Quando estamos tristes a chuva é fria e assemelha-se a lágrimas, o céu é escuro e
ameaçador e o vento uiva dilacerante, se pelo contrário estamos alegres a chuva é forte e
rejuvenescedora, alimenta a terra com a sua energia, o céu é límpido e existe uma magia no ar,
o vento é forte e limpa a atmosfera. Já se está sol, e estamos tristes, o ar está seco e desagradável
custa a respirar, a terra geme, tudo é melancolia. Mas se estamos bem dispostos a natureza sorri,
o sol brilha e energiza o ar, o vento torna-se uma brisa refrescante, leve e agradável.
Se pensarem bem e recordarem momentos
marcantes da vossa vida, veêm que tenho razão. Os mais pragmáticos dirão que o que digo é uma estupidez
porque ao mesmo tempo existem pessoas alegres, tristes, zangadas, resignadas, etc. mas a verdade é
que a natureza é muito complexa e fragmenta-se em vários planos, camadas, dimensões, comprimentos
de onda, canais ou como lhe preferirem chamar. Eu chamo-lhe camadas porque para mim é o mais lógico,
pois como trabalho com camadas muitas vezes na minha profissão e fora dela quando trabalho com software
de tratamento de imagens (quem usa gimp ou photoshop sabe do que falo)...tou-me a desviar! Então
cada ser vivo molda uma determinada camada segundo o seu estado de espírito. Raras vezes pessoas próximas
atingem a mesma camada e a natureza é lhes mostrada segundo o mesmo prisma, é uma experiência mística,
inesquecível.
Podem dizer: Ah, mas somos nós que vemos a natureza conforme o nosso estado de espírito! Isso parece muito
lógico e real, mas apenas porque foi isso que nos ensinaram a todos e é repetido constantemente.
Não é, no entanto, verdade e eu vou-lhes dizer porquê. Se assim fosse então todos veriamos a mesma chuva, o
mesmo vento, as mesmas nuvens e o mesmo sol, mas... segundo o nosso estado de espirito, a uns pareceria
alegre, agradável e inspirador enquanto que a outros triste ou lúgrube e ainda a outros deprimente ou
angustiante. Não me parece que a mesma imagem desse azo a tão diferentes e por vezes opostas interpretações.
Além disso existe outro facto que contraria essa teoria,facto esse que não posso revelar de momento.

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