A minha técnica infalível!

Farto como eu estava de aturar o "pai" e o "filho" a chiar na televisão e na rádio e a conspurcar as revistas, tomei uma decisão. Vou deixar de ver televisão, no carro só ouço CDs e duas ou três rádios seguras (pimba-proof ou à prova de pimba) e não leio revistas, só jornais.
Estava satisfeito, o meu plano era à prova de falhas, finalmente ia ter descanso.

Aproveitei a boa disposição e fui com a família à loja do cidadão. Já não podia esperar pelo cartão único, pois o BI já tinha caducado hà 3 meses...

Pensei com os meus botões (das calças, não trazia camisa) já que tenho que renovar o BI actualizo a morada. Espera aí, mas assim fica diferente da da carta de condução e se os agentes da autoridade (moina) me mandam parar, lixam-me! Merda, tenho que renovar os dois. Porcaria de compliquex (sistema antes do simplex), nunca mais metem o cu a funcionar (cu=cartão único). Pego na famelga (Maria e putos) e lá vamos todos lampeiros p'rá Loja do Cidadão do Vaticano, perdão das Antas. Gostaram do trocadilho? É eu sei...foi o que se arranjou.

Estamos a chegar, ficamos parados no semáforo lembro-me de olhar para a direita e acontece a tragédia. Uma carrada de posters iguais ao da foto.
Lá se ia o plano por água abaixo, filho da *#$&.
A campanha está mais forte que as eleições francesas.

O que veio depois salvar o resto do dia foi a minha filhota. Depois de muita demora lá renovamos os BIs (o da Maria estava a caducar), a carta ficou para depois. Trâmites do costume, duas fotos, formulários preenchidos em caneta preta (que não tinhamos, mas pudemos adquirir ao triplo do preço na única papelaria que lá havia) e impressão digital. Molha o dedo na placa com tinta e marca nos papeis, depois dão-nos um toalhete que cheira a limão para limpar o dedo e já está.

Quero aqui salientar que a placa nunca sai da mão da funcionária, que a guarda fora do alcance depois de a usar. Os toalhetes são deitados naqueles baldes do lixo altos com uma abertura pequena...Porque vos estou a maçar com estes detalhes?
Porque à saída da Loja do Cidadão calho de olhar para a filhota que ia comigo de mão dada, ela levava um casaco vermelho e nessa altura o casaco estava quase todo preto (da tinta da impressão digital). Nem Houdini faria melhor! Fiquei orgulhoso! ...a mãe nem tanto.