sexta-feira, 15 de junho de 2007

Sei que sabes que sim

Olho-te nos olhos, posso sentir a tua raiva, a tua amargura, a esta distância. Os teus olhos, negros, penetrantes.

Os teus membros flectidos, os músculos tensos como a corda de um arco.

Estou tenso, flectido, preparado, como tu. Raivoso, amargo, como tu! Ao menor movimento disparamos, um em direcção ao outro, como duas balas.

Não serei eu o primeiro a mover-me, não serei eu que me desviarei. Se preciso for, chocamos. EU não me desvio. Nem me movo primeiro!

Vens a descer, eu a subir. A descer todos os Santos ajudam, bem precisas! Eu vou subir como um raio, com a ajuda de todos os meus demónios. Não sentes o calor das labaredas? O ar quente que emana do meu inferno sobe. Há-de impulsionar-me até ti, até aos teus olhos. Negros, penetrantes.

Ah, o meu inferno!
Arderás nas suas labaredas antes que chegue a ti. Chocarei contra um corpo carbonizado. Dizem que a vingança se serve fria. Pois a minha demorará a esfriar, se esfriar!

P.S. -para lhe verem os olhos, cliquem na imagem.

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